
Está na hora. O Sr. Primeiro-ministro, António Costa, não tem condições para se manter no cargo. Se estiver a ler este texto, o seu habitual sorriso cínico já se estará a esboçar. O senhor tem que se demitir porque, entre outras razões, é mentiroso.
Tem enganado sistematicamente os portugueses em inúmeras situações.
Desde ter garantido os computadores “aconteça o que acontecer”, palavras suas, no ano passado aos alunos e pais, (afinal não aconteceu e mesmo nesta data ainda está a acontecer a conta-gotas), até prometer apoios e mais apoios que nunca saem do papel. Mas já lá vamos.
Falemos antes desse mito a que chamam “crise política”. Até o seu aliado (em público, pelo menos) Marcelo Rebelo de Sousa, que tanto o tem ajudado, fala nessa alegada crise.
Bom, admitamos que ela até seria criada com a queda do governo. A responsabilidade é toda vossa, da classe política. E porquê? Porque já deveríamos ter uma democracia suficientemente madura para que as instituições funcionassem independentemente da transição dos governos. Mas o PS e o PSD, os principais responsáveis por este estado do regime em que diariamente nos afundamos, foram os criadores das condições para as tão queridas “crises políticas” que são de “evitar a todo o custo”. O mesmo é dizer há que manter a rapaziada nos lugares e “tachos”.
Foram os senhores, todos, sem excepção, da classe política que na sua maioria envergonha qualquer cidadão decente, que instrumentalizaram e politizaram todo e qualquer lugar da administração pública para assim terem o controle absoluto do Estado, e, não menos importante, dos votos que podem significar vitórias ou derrotas. E é por isso que a demissão de um governo pode criar, em teoria, uma crise política.
Mas creio que é preferível essa suposta crise do que continuarmos a viver sob o jugo do seu governo, Sr. Primeiro Ministro, António Costa, neste verdadeiro lamaçal.
Do alto da sua sobranceria, tantas vezes manifestada, sorrirá perante as sondagens que lhe dão folgada vitória. Talvez, sim, talvez não. Sou dos que acredita que os portugueses não são estúpidos, O senhor acredita que eles são.
Acresce a isto o aliado fofinho que o senhor encontrou no PSD. Rui Rio desiludiu. É teimoso qb para continuar a achar que está no rumo certo e que mais tarde ou mais cedo os portugueses lhe darão razão. Talvez quando ele estiver junto à lareira com a sua esposa, a ler os textos de há 30 anos sobre o que não fez, isso aconteça.
Conheço Rui Rio dos corredores da Assembleia da República, quando fiz, durante anos, jornalismo político. Sempre o considerei, e considero, uma pessoa séria e de boas intenções. Mas o País não pode esperar mais! Urge agir e renovar a classe política. E não é com o seu suposto adversário, Pedro Nuno Santos, que Portugal voltará a algum esplendor. Aliás, até hoje continuo sem compreender a razão de este seu ministro ser idolatrado pela maioria da imprensa há uma série de anos. No jornalismo também há quem veja o mundo ao contrário!
Não é com conversa de taberna (e eu adoro um bom vinho e um petisco numa taberna que se preze com amigos verdadeiros) que se governa um País. Dr. António Costa, o senhor talvez o mantenha no governo seguindo aquela máxima que é melhor manter o inimigo connosco do que à solta. Mas o futuro de Portugal é demasiado importante para estar a ser posto em causa da forma que o senhor está a fazê-lo.
Vivemos uma situação atípica. Nisso todos estaremos de acordo. Já não estamos quando o senhor cometeu erros atrás de erros e deixou que a nossa reputação internacional ficasse pelas ruas da amargura. Como já deve ter aprendido, é um político profissional, construir uma reputação pode demorar anos, destruí-la podem bastar 60 segundos.
Vamos recuperar, claro que sim. Sou um optimista por natureza e um fazedor. Construir e não destruir. O senhor tem-se encarregado de nos destruir o País. Saia, por favor, e dê lugar a nova gente e ideias de futuro. Depois não se admirem que outros se vão “chegando” aos apetecidos lugares de poder.
E são apetecidos, não pelos ordenados, que são parcos (até sou um defensor da subida decente dos vencimentos dos políticos) mas pelo exercício do Poder que fascina os mais incautos, sendo que o deslumbramento leva a muitas asneiras. Mas o que move tanta luta por lugares na política é o que se segue. Os empregos, principescamente remunerados, nas empresas e organizações para onde são convidados (ou já com tudo previamente combinado), posteriormente. E nem respeito têm pelo denominado período de “nojo”, a maioria. Atente-se nos exemplos de ex-ministros em lugares de milhões cujos sectores foram por eles tutelados. Uma vergonha nacional.
Referi o facto de ser um fazedor. Se preferir, um empreendedor. Sou-o assumidamente. Criei e desenvolvi projectos, acertei e falhei (falhar é um estigma em Portugal e contra isso também lutarei) mas faço do trabalho um prazer. E como eu, milhares de portugueses, jovens e menos jovens que querem criar aqui e não serem obrigados a emigrar como aconselhou o seu antecessor. E emigrar hoje, infelizmente, também é uma miragem!
O seu desprezo por todos eles é por demais evidente. O senhor, que se saiba nunca criou uma empresa, não sabe os sacrifícios que se têm que fazer para manter estruturas de pé, indústrias, salários pagos a tempo e horas (e outras vezes fora de horas), impostos e taxas às toneladas que os senhores criam e aumentam para sustentar o vosso querido eleitorado, os funcionários públicos. Sim, os tais que nos momentos de maior crise marcam greves com feriados junto aos fins-de-semana e que querem aumentos de salários a todo e qualquer momento quando acham que já estão ausentes das televisões há demasiado tempo. Não me estou a referir aos que realmente trabalham denodadamente e que são sérios.
Esquecem-se que quem suporta esse Estado gastador e que não pára de crescer, somos todos os outros milhões de portugueses que diariamente trabalhamos quantas vezes 12 ou 14 horas por dia, se necessário, para construir. Sim, porque um verdadeiro empreendedor que seja empresário (pode-se ser empreendedor sem ser empresário) gosta de construir e de ganhar dinheiro, claro. Mas a satisfação do objectivo alcançado sobrepõe-se muitas vezes ao aspecto materialista. E ninguém vive, obviamente, sem dinheiro.
E é o dinheiro público que o senhor 1º Ministro tem a obrigação de gerir em nome do Povo. E, ou o senhor não o tem, ou então está reservado para mais algum banco ou mais um quadro do Tribunal Constitucional, como o último do Sr. Costa Andrade que, por sair da Presidência, até tem direito ao retrato na parede. Apenas por … 14,000 euros!!
Concluo, só com mais um exemplo: a sua Ministra da Cultura é um erro de casting. Sei que é sua amiga desde a Câmara de Lisboa. Não há qualquer problema nisso, evidentemente. Mas se ainda não reparou, vou dar-lhe uma notícia: a senhora detesta a função. Trata os agentes culturais como imbecis (não tem espelho lá em casa, seguramente) e promete milhões (com quem terá aprendido?) e quando se pergunta como e onde se fazem as candidaturas ninguém sabe. Em relação ao anúncio de Janeiro de 42 milhões para a Cultura que está como está (o senhor, claro, não deve saber), parece que só em Março os famosos formulários e burocracias estarão acessíveis. Depois, talvez mais… três meses para decisões? Ou mais tempo? Nada que não seja habitual. Entretanto, se os que trabalham no sector passarem fome, seguramente que há comida na dispensa de S. Bento para o senhor os convidar para, pelo menos, uma refeição diária.
Sr. Primeiro-ministro, António Costa, DEMITA-SE e que sejam convocadas eleições antes que o senhor dê ordens para queimar livros, depois de proibir, absurdamente, os portugueses de os adquirirem.