Pedro Caramez, é consultor especializado na rede LinkedIn e professor universitário e preparou várias dicas em colaboração com responsáveis de Recursos Humanos.
Sabe quais as principais dicas e o que aconselham os recrutadores e profissionais de recursos humanos? E que sugestões os recrutadores podem oferecer a quem está em transição de carreira?
Com esse objetivo conversei com 11 recrutadores e profissionais de recursos humanos e apresento-lhe as suas dicas poderosas!
Como Encontrar Emprego? 25 dicas dos Recrutadores!
Teresa Oliveira – Eurofirms
Foco e planeamento.
Acredito que o mais importante será definirmos aquilo que queremos (em que tipo de empresa queremos trabalhar, que tipo de funções gostaríamos de desempenhar / ou por ordem contrária, que outras questões/condições são importantes para nós em contexto laboral e onde as podemos encontrar).
Após esta definição devemos forcar-nos no objectivo e planear, com metas mais pequenas, como o alcançar, ilustrando.
Criação/desenvolvimento da nossa imagem enquanto profissional à procura de novos desafios.
Preparação de um portefólio, melhorar o nosso CV, construir uma carta de apresentação mais apelativa, explorar a nossa rede de contactos e/ou alarga-la).
Melhoria de competências pessoais ou técnicas que nos possam levar ao ponto a que queremos chegar (se precisa de uma formação de excel, força!).
Lista de empresas onde gostaríamos de trabalhar e de pessoas que podemos contactar. Estudar a abordagem.
Manter o foco e a persistência!
Ah, e a vontade de trabalhar!
Catarina Alves e Mendes – HR International Recruitment Specialist at SELLBYTEL Group
Sempre trabalhei durante toda a minha licenciatura e procurei sempre ter experiências diversas no meu CV.
Quantas mais empresas/áreas de negócio diferentes experimentamos, mais fácil será adaptarmo-nos a novos desafios. Tornamo-nos mais ágeis, mais flexíveis para aprender.
Pessoalmente, sinto que todas as experiências me capacitaram para transitar dos Recursos Humanos para o Marketing e que, sem elas, provavelmente esta transição não seria possível.
Para transitarmos para outro departamento ou para uma nova área de negócio, considero também essencial investirmos em formação prática na área.
No caso do Marketing, por exemplo, existem diversas formações profissionais, tanto online como em sala (agora limitadas pela pandemia), que nos dão ferramentas diárias de trabalho que muitas vezes não adquirimos durante um mestrado ou pós-graduação.
Pessoalmente, complemento as minhas formações profissionais com a participação em eventos e fóruns que me permitam ouvir as experiências de quem já está na área há mais tempo e tento ler o máximo possível sobre as tendências e últimos estudos relativos à minha área de trabalho.
Fernanda Morais – Aubay
Neste momento, a Aubay tem uma área de recrutamento internacional que se destina a atrair profissionais altamente qualificados.
Neste contexto, há duas condições que consideramos essenciais:
Conhecimento prévio da realidade nacional (como se vive em Portugal, custo de vida, alinhamento salarial, etc)
Preparação de entrevista (ter atenção ao fuso horário; verificar se a ligação à internet para entrevista via Skype, zoom ou outra, esta ok).
Neste contexto, de entrevista online, a primeira impressão assume crucial importância. Ter que reagendar entrevistas, ou passar a entrevista toda a refazer perguntas porque a ligação à internet é má – é bastante desagradável.
E ter a certeza que quando manda um CV, a mudança pode acontecer.
Enviam-se CVs de teste. Isso prejudica muito os candidatos.
Sara Rodrigues – Olisipo
Acredito que criar uma boa rede de contactos via linkedin (recrutadores e chefias) de empresas que tenham interesse e a persistência/ foco são dois fatores importantes para quem pretende integrar um novo emprego.
Joana Sá – Bold
O candidato deve ser detentor de literacia digital, uma vez que nenhuma área profissional escapa a esta realidade.
Na actualidade, é comum jovens fundarem empresas, logo o gap etário com a equipa não deverá ser um constrangimento. Ou seja, o profissional deverá ter abertura para aceitar esta realidade e tirar proveito dela.
Há muitos profissionais que desejam a mudança, porém quando confrontados com essa possibilidade têm receio de sair da sua zona de conforto.
Há flexibilidade no mercado para aceitar uma mudança de carreira a qualquer momento da vida, desde que tenhamos a atitude certa e o compromisso para adquirir o know-how necessário.
Cristina Correia – Coach de Carreira
Um processo de transição profissional deve acontecer inside-out: a definição de uma visão daquilo que se pretende para o futuro profissional e dos objetivos que se pretendem alcançar, é um primeiro passo crucial.
Alinhe-se com os seus interesses, com os seus valores, com as suas competências mais fortes. Defina o que quer fazer, procure o que o faz feliz e use devida ponderação… Os momentos de transição são uma excelente oportunidade para recalibrar o caminho profissional.
Já numa fase ativa do processo, sugiro que comunique a uma só voz em todas as ferramentas de marketing profissional que utiliza. De forma bem alinhada com a identidade e posicionamento profissional que quer assumir, faça a sua mensagem consistente no seu CV, cartas de apresentação, Linkedin e outras.
Por último, faça bom uso de um dos seus maiores tesouros no que diz respeito à autogestão de carreira: a sua rede de contactos. Ative as pessoas certas da sua rede, de forma pensada e sem lhes exigir demais à partida. Antes de lhes pedir ajuda explícita a procurar emprego, peça-lhes algo mais genérico como informações sobre a empresa, por exemplo, com questões exploratórias que podem conduzir a outras informações chave. Se as pessoas certas conhecerem o seu valor podem desbloquear-se oportunidades para avançar na sua carreira.
Paula Rocha – Diretora RH MOG
Alterar o mindset: o empregador é que vai ganhar com a sua contratação não é você que está desesperado por um emprego!
Como fazer para que o recrutador nem equacione a hipótese de não o contratar?
Tornar-se atrativo: costumizar todos os documentos de apresentação em função das características da empresa. Por exemplo: se a empresa a que se candidata é uma empresa da área da moda ou das artes, não envie o seu CV no modelo europeu.
Estudar afincadamente as empresas a que se candidata: em todos os documentos, mostrar o que domina e que acrescenta valor a cada empresa em particular bem como aquilo que tem de diferenciador e que vai alavancar os resultados da organização.
Mostrar amabilidade, gentileza e educação cuidada desde o primeiro contacto. Competências técnicas são sempre mais fáceis de ensinar que competências relacionais e estas é que são verdadeiramente responsáveis pelo sucesso.
Graça Almeida – Grupo Sicor
Networking – Analisar a rede Linkedin com acuidade para potenciar networking!
Quem é que me conhece? Quem é que os meus contactos conhecem? O desafio maior é construir uma rede poderosa e cheia de recursos, que poderão facilitar o aparecimento de novas oportunidades. Mas o networking não se pode promover só quando se fica inativo. Requer comprometimento, dedicação e visão para que surjam oportunidades junto dos membros da rede. A troca de experiências, o compromisso de colaborar na indicação de referências e recomendações são um benefício mútuo!
CV diferenciador
A possibilidade de ser selecionado para uma entrevista, muito depende do networking já referido, mas essencialmente do CV diferenciador que o candidato apresente.
É muito importante criar um Curriculum Vitae que seja demonstrativo da experiência adquirida, enriquecido com um resumo apelativo da função e das competências “core” que distinguem o candidato dos milhares de concorrentes.
Deve ser adequado a cada candidatura, à experiência, idade do candidato e à área de atividade pretendida/ramo de negócio. Para além destas características deve ser sucinto e revelar os pontos chave/objetivos alcançados pelo candidato em cada experiência profissional.
Um curriculum “elegante”, bem apresentado salta à vista do recrutador!
Sandrine Veríssimo – HAYS
As dicas que daria a quem se encontra em fase de transição de carreira seria ter um CV bem organizado, claro e apelativo onde pudesse mencionar as principais conquistas/achievements, bem como contactar a sua rede de netwoking da sua área profissional.
Diana Lopes – HR International Recruitment Specialist at SELLBYTEL Group
Dica 1: Primeiro Reflita! Antes de tudo… analise detalhadamente as razões que o motivam a uma mudança profissional (salário, função, área de negócio em que trabalha, progressão de carreira, ambiente de trabalho, etc). Só compreendendo, de facto, as suas motivações pessoais saberá a que empresas/ projectos se quer candidatar!
Dica 2: Não ter medo de arriscar! É pior mantermo-nos na mesma empresa por comodismo/segurança e, protelarmos lamentavelmente as possibilidades de alavancarmos a nossa carreira no momento certo, do que não nos darmos a hipótese de sermos bem sucedidos.
Dica 3: Querer muito! Quanto mais paixão colocarmos no projecto que queremos abraçar e determinação na forma de o conseguir mais rapidamente alcançaremos o nosso emprego de sonho.
Dica 4: Preparação… muita preparação! Estude bem o mercado! Se quer muito conseguir aquele trabalho de sonho ou trabalhar naquela empresa deve munir-se de toda a informação possível sobre o projecto, empresa, adversários, etc.
Cheila José – Upgrade M
Talvez que sejam o mais transparentes possível no processo de recrutamento, nomeadamente na fase das entrevistas, para que a transição possa ser o mais ajustada possível.
É bastante aborrecido para nós, profissionais que nos preocupamos também com o bem-estar dos colaboradores, que as informações que nos são dadas sejam desajustadas à realidade, podendo haver sempre o caso dos candidatos não se adaptarem à função actual depois de terem abandonado o seu anterior local de trabalho, originando arrependimento tanto deles que acabam por se mudar para pior, como para nós que os teremos de substituir, tendo o dobro do trabalho.
Sara Azevedo – Douro Azul
1) O recrutador procura o match para a vaga que tem por isso é fundamental cada um conhecer-se muito bem, com clareza, o que o diferencia dos demais, o que é que tem em termos de conhecimentos, experiência, características e valores que o torna único e saber mostrar isso com exemplos e vivências reais impactantes (qual a situação, o que fiz, que resultados finais foram obtidos e que contributo dei para eles).
Deste modo, a mensagem passará de forma coerente, verdadeira e um bom recrutador poderá melhor perceber o match do candidato com a função, os valores e a cultura da empresa. Afinal, todos queremos uma função que faça um verdadeiro match com o que realmente somos, verdade?
2) Conhecer bem o mercado em que atuam e que competências e características são valorizadas ou mesmo imprescindíveis e investir nelas. Um exemplo muito comum na área do Turismo em que actuo prende-se com as línguas estrangeiras. O Inglês é essencial para a maioria das funções e chegam-nos candidatos que pretendem fazer um percurso profissional nessa área sem esse conhecimento.
Assim, o conselho é capacitar-nos cada vez mais para as funções que pretendemos, criando condições para as oportunidades acontecerem. Neste caso concreto, inscrevendo-se num curso (financiado ou não, laboral ou pós-laboral), presencial ou online, aprendendo com amigos, familiares, em viagem, com um livro, num programa de Verão, etc. Cada um saberá das suas preferências e possibilidades. O importante é dar os primeiros passos e sempre, sempre, prosseguir.
Pedro Caramez
Palestrante e consultor dedicado quase em exclusivo à rede LinkedIn.
Desenvolve programas de consultoria em social selling, social recruiting e LinkedIn.